COLOMBIA
Se você vai até a Colômbia e quer encontrar praias paradisíacas, com toda a beleza que o Caribe pode oferecer e prefere um local mais tranquilo e reservado: o seu destino é a cidade de Santa Marta. É por esse pequeno e charmoso munícipio de 500 mil habitantes, localizado no Norte colombiano, que você chegará à Taganga, uma das regiões mais fantásticas para viajar no país que combina praias com águas cristalinas e um bom sossego para descansar num paraíso natural.
Esse foi meu último destino das oito regiões que visitei na Colômbia, durante 25 dias, e com toda a certeza eu fechei a viagem com chave de ouro. Santa Marta possui o Aeroporto Internacional Simón Bolivar – em homenagem ao revolucionário venezuelano que lutou pela independência da América do Sul contra os espanhóis - e isso facilita muito a chegada do turista à região. Como meu voo chegou depois 23 horas, não consegui ir de ônibus até o Centro, que fica a cerca de 18 quilômetros, mas o preço do táxi na Colômbia lhe permite uma boa opção de mobilidade.
Situada no Parque Nacional Tayrona, Taganga é uma vila de pescadores, com a sua principal chegada sendo por Santa Marta. O trajeto entre o centro da cidade e a mais famosa praia da região é curto, cerca de 5 quilômetros, com ônibus saindo frequentemente. Devido ao rápido trajeto para chegar até ao Parque Nacional de Tayrona, ir de táxi também é uma opção boa e barata - e foi o que eu fiz, juntei três pessoas do hostel qual estava hospedado, agendei um horário com o taxista e seguimos para conhecer esse pedacinho do paraíso.
Logo na chegada, a primeira praia - localizada no lado mais central de Taganga -, costuma ficar mais movimentada, com muitos banhistas na água e famílias nas barracas e na areia. Mas nada disso impede de você parar para dar um delicioso mergulho e apreciar a junção da vegetação nativa, com grandes formações rochosas e o bonito mar da região. Lá também, em outra oportunidade pude apreciar um fantástico pôr do sol. Vou te contar a seguir.
Mas você deve estar se questionando onde está a tranquilidade deslumbrante de Taganga, já que a primeira praia é bastante movimentada, não é? Eis que entra em cena Playa Blanca, localizada no outro lado do morro, e que permite o acesso por barco ou andando pela trilha. Eu optei por ir a pé e voltar de barco, para ter as duas experiências: e gostei das duas.
A caminhada é agradável, cerca de quinze minutinhos e você chega na praia. Durante a trilha, o percurso proporciona o privilégio de ver o seu destino do alto e poder admirar aquele cenário icônico do Caribe, que é a areia branquinha com um mar límpido e com tons de verde degradê.
O trajeto de barco também é bem seguro – a sensação de segurança é muito comum entre os moradores e turistas do Parque Nacional Tayrona -, levando àqueles visitantes que não optaram pela caminhada a chegar em Playa Blanca num curto espaço de tempo e por um preço acessível: no verão de 2020, custava cerca de cinco reais a travessia.
Na parte principal da praia estão alguns bares, cadeiras e sombreiros para aluguel, poucos comerciantes, além de diversas opções para diversão, como snorkel para mergulho, jet sky e banana boat. Caso prefira se isolar ainda mais, uma breve caminhada em direção à esquerda vai lhe levar a uma praia totalmente deserta, com mar calmo e tranquilo (todos os banhos na região são super sossegados), uma larga faixa de areia e o mínimo de interferência humana possível, já que nessa parte não há estrutura para recepção dos turistas nem serviços sendo oferecidos.
Se você já visitou alguma vila de pescadores, sabe que a simplicidade é a alma do local, clima perfeito para tomar um drink e comer alguma coisa enquanto descansa do dia na praia. Em Taganga não é diferente: são ruas modestas, com poucos restaurantes, alguns bares e quiosques e aquele aspecto rústico no estilo de fechar o dia, mas que capricham nos drinks (assim como em diversos outros locais turísticos colombiano, a bebida é dobrada: você paga uma e recebe duas).
Eu acho que acertei na escolha de dormir em Taganga e ganhar o charme especial da noite tranquila, ouvindo os grupos de jovens fazendo luau e por um preço próximo ao valor pago nos hostel’s de outras cidades do país. Dentre as opções, têm casas construídas no alto do morro, confortáveis, seguras e que lhe propiciam uma vista magnífica, com aluguéis contratados via airbnb.
Mas se você não quiser passar a noite por lá, existem ônibus que fazem o trajeto de volta para Santa Marta ou caso prefira, agende um horário de retorno com o mesmo transfer que vai lhe levar na ida.
Antes de voltar, não deixe de passar uma noite no Centro Histórico de Santa Marta, são diversas opções de bares e restaurantes, música ao vivo, artesanatos e cervejarias artesanais. O que mais me chamou atenção foi a variedade de culinárias onde estão reunidos os restaurantes, servindo comidas de todos os lugares do mundo.
A qualidade dos músicos que tocam nas ruas também é algo de impressionar: pude presenciar um dueto de um saxofonista com um guitarrista que reuniu boa parte dos turistas que ali passavam. Essa admiração me levou uns trocados para o chapéu dos artistas, mas eles mereceram demais.
Por Símon Bolivar ter vivido duas semanas em Santa Marta, o escritor Gabriel García Márquez fez menção ao local e as suas características no livro “O General e Seu Labirinto”. Devido a essa menção no livro e como homenagem ao colombiano, existe um mural que conta a trajetória do escritor na principal praça do Centro de Santa Marta – Parque Bolívar -, na parede da Biblioteca del Banco de la República.
Santa Marta é “porto” também para outros destinos do norte caribenho, como Cidade Perdida (Ciudad Perdida) e Serra Nevada (Sierra Nevada).
No Centro Histórico de Santa Marta fica também a praia Rodadero, que apesar de vazia, é charmosa e de água calma.
Dos diversos lugares que visitei na minha viagem, Santa Marta foi onde o real estava mais desvalorizado. Se puder, troque a seu dinheiro antes de chegar lá. Bogotá foi a cidade onde o real tinha a melhor recompensa.
Santa Marta é a cidade mais antiga da Colômbia e uma das mais antigas da América do Sul. Por isso, a construção arquitetônica é bastante característica dos tempos antigos, carregando também diversas histórias na exportação de ouro e demais minerais do país.
Durante três semanas por ano, que varia de uma temporada para outra – mas geralmente é em dezembro -, o Parque Nacional Tayrona fica fechado para manutenção e limpeza. Então, quando estiver organizando o seu itinerário, confira se o parque não está no seu período de autocuidado.
Agora que conheceu esse tesouro colombiano é só planejar a sua viagem, arrumar as malas e partir!